Perfil epidemiológico dos portadores de hanseníase no estado do Pará nos anos de 2016 a 2021
DOI:
https://doi.org/10.58951/dataset.2024.010Palavras-chave:
Hanseníase, Estigma, EpidemiologiaResumo
A hanseníase apresenta-se como uma doença milenar, denominada pela bíblia como Lepra, é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica que traz consigo estigmas de preconceito dos enfermos que sofrem tal patologia. São inúmeras as manifestações clínicas, sendo apresentadas da forma mais branda à mais acentuada, as quais são resultantes do acometimento tanto das células cutâneas quanto nervosas pelo Mycobacterium leprae. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico da Hanseníase no estado do Pará nos anos de 2016 a 2021. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional e descritivo baseada em dados notificados no site oficial DATASUS através do Tabnet. Foram incluídos todos os casos confirmados, notificados e publicados do ano de 2016 a 2021. Entre 2016 e 2021, foram diagnosticados 18.117 casos de hanseníase no estado do Pará, com uma média de 3019 casos por ano. A amostra apresentou um desvio padrão de 632, com um coeficiente de variação anual de 20.95%. De acordo com os dados deste estudo, a maioria dos casos diagnosticados não tiveram o número de lesões cutâneas levados em consideração, uma vez que a quantidade de lesões não se assemelha com a quantidade de diagnósticos organizados pela forma clínica. Ainda, houve uma alta prevalência da Hanseníase no sexo masculino, sendo a forma clínica dimorfa a mais comum. O estado do Pará é uma região endêmica de Hanseníase, necessitando de políticas públicas para a melhoria no atendimento, a fim de realizar o diagnóstico precoce e, assim, proporcionar o tratamento imediato.
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